2 de outubro de 2016

#35


Hoje faço 35 anos. Gosto de fazer anos. Gosto desta data que encerra a esperança renovada num recomeço e no início de um novo ciclo. Já se lá vai o tempo em que fui acometida pela inquietação de já não ser uma miúda de 20 e tal anos com todo o tempo do mundo para concretizar sonhos e projetos. Já se lá vai o tempo em que fui esmagada pela terrível constatação acerca da efemeridade e fragilidade da vida e a urgente necessidade de agir, de passar das ideias aos atos. Estas inquietações já não me assolam o pensamento ou tolhem a paz de espírito. Não porque tenha finalmente conseguido concretizar algum feito digno de registo ou, tão pouco, porque tenha resgatado do fundo da gaveta ideias e projetos adiados para os materializar em obra feita. Simplesmente, percebi que o extraordinário se esconde nas pequenas coisas do dia-a-dia. Simplesmente, percebi que a grandeza de cada um não se mede pelos feitos ou conquistas dignas de registo e admiração por parte dos outros. Mede-se sim, pelos sentimentos que somos capazes de despoletar no outro, pelo sorriso que arrancamos, pelo aconchego de um abraço, pelo olhar que vê e pela palavra que vai direta ao coração. Simplesmente, percebi que o mais importante não é a incessante busca pela perfeição dos atos e das coisas que fazemos, mas sim ser perfeitamente capaz de largar tudo para dar a mão àqueles que amamos e caminhar ao seu lado. Simplesmente, percebi que o importante não são as coisas, mas sim as pessoas. O importante não são as concretizações e o reconhecimento dos outros, mas sim os outros em si mesmos e as relações que estabelecemos com eles.

Há um ano atrás, nesta data, perdi-me. E, no meio da mudança, procurei desesperadamente por um rumo. E foi nessa busca desenfreada pelo meu norte que recebi a maior dádiva de todas. Foi no meio da perda que encontrei o bem mais precioso. Perdi coisas, perdi lugares, perdi momentos, perdi pessoas, perdi sonhos e crenças. Mas, encontrei-me a MIM. E ao encontrar-me a mim, aprendi o verdadeiro significado da gratidão. Porque, por mais difícil que o caminho tenha sido, e continue a ser, por mais que a vida não esteja resolvida e me tenha trazido até um norte que ainda não é o meu, estou grata por estar exatamente onde estou. Estou grata por ter vivido o que vivi e que me trouxe até aqui. Porque a dificuldade trouxe-me até mim. E porque não cheguei até mim sozinha. A orientar-me na escuridão, tive luzes que me guiaram, tive bússolas que me orientaram. Essas luzes, têm braços que me acolheram e mãos que me seguraram. Essas bússolas, têm nome de gente, gente que foi a minha rede quando eu aprendia a andar de novo e caminhava sobre o trapézio da vida. Por isso, estou grata pelos meus 35 anos. Estou grata pela vida e pelas suas dádivas. Estou grata pela minha filha e por todas as bússolas da minha vida. <3 font="">

8 de maio de 2013

Pequenos mimos

Para o Salvador e para o Tiago, os bébés das minhas colegas e amigas Ana Sofia e Daniela. Mantinhas de malha polar com aplicações de fitas e feltro e saquinhos térmicos de cereais.





23 de abril de 2013

11 anos

Parabéns little Edward!

28 de março de 2013

Spring Colors

Apetece começar a criar com as cores da Primavera!

21 de janeiro de 2013

4 anos

Parabéns precious one!


6 de janeiro de 2013

Dádiva inesperada II ou os meus instantes mágicos


Quando há cerca de cinco anos a minha avó Teresa foi viver para o lar de idosos ficaram para trás as flores (poucas) que adornavam a sua pequena varanda desde que a minha memória me permite recordar. Passado algum tempo, resgatei para o meu alpendre as begónias e plantei umas estacas da malva conhecida na aldeia pela "malva da Ti Teresa" e que tem sobrevivido ao longo destes anos ao desbaste dado pelas transeuntes que não resistem a levar para casa umas podas para terem o seu próprio exemplar da tão cobiçada flor. Ao lado da malva, no minúsculo canteiro, ficou esquecida a velha roseira. Eu nunca fui uma apreciadora de roseiras, apesar de gostar das rosas em jarras ou em arranjos. Apenas tenho uma roseira no meu jardim porque me foi oferecida e confesso que não sei como cuidar dela. Mas, de há uns tempos a esta parte, tenho reparado que nas escassas vezes que passo à porta da minha avó, na antiga varanda com a cal a cair, no canteiro esquecido, a velha roseira teima em brindar-me com uma rosa como que a mostrar-me que ali naquele lugar esquecido e abandonado, ainda há vida. No outro dia passei por ali e lá estava esta bela rosa com as gotas de água da chuva recente a brilhar sobre ela. Não resisti a trazê-la comigo e eis que quando a cheirei, não foi a rosa que me cheirou. Cheirou-me à minha infância e às tardes passadas com a minha avó na soleira da porta. Cheirou-me a doces memórias que me enchem o coração de ternura e me põem um sorriso nos lábios. Foi uma dádiva inesperada que guardarei no fundo da minha alma junto às recordações de todos os momentos mágicos vividos com a minha avó. Quando o tempo passa, quando os que nos são queridos partem, quando as casas ficam apenas habitadas por uma saudade sem fim, restam as nossas memórias e recordar faz com que aqueles que amamos permeneçam para sempre vivos.


"Pudéssemos nós pegar num dia, ou talvez num instante apenas, aquele momento mágico em que tudo foi perfeito, extraordinário. Soubéssemos nós guardar para sempre esse momento, emoldurá-lo na nossa memória, no coração, na alma.(...) Para cada um, este ápice, esta paragem do relógio da vida, pode ter milhares de formas diferentes. O primeiro beijo. A primeira vez que olhamos o nosso filho. O cheiro da terra molhada ou o pôr do Sol (...) Não sei. As folhas que perdem o verde e se transformam num castanho dourado (...) Não sei. Apenas sei da obrigação que temos para connosco de salvar estes instantes mágicos e, depois, ir buscá-los ao fundo da alma, quando os dias são negros, pesados e as noites longas." Momento mágico, Luísa Castel-Branco in Para ti do fundo do meu coração.

1 de janeiro de 2013

As fotos do Natal e Feliz 2013


Que 2013 seja um ano com muita saúde, paz, amor, alegria, amizade, sucesso e muita criatividade!!!

24 de dezembro de 2012

Natal...

... é paz, é amor, é alegria, é cor... e é também saudade, daqueles que partiram mas que vivem para sempre na nossa memória e no nosso coração!

19 de dezembro de 2012

Um ano de saudade

“Este ano não cheira a Natal”. Foi com estas palavras a assolarem-me o pensamento que deixei o trabalho faz precisamente hoje um ano, sem adivinhar o que me levava a não sentir no ar a magia de uma época que sempre apreciei tanto. Sem saber que dali a escassas duas horas parte de mim seria para sempre amputada. Tive ainda tempo para fazer umas últimas compras de Natal, curiosamente, algumas delas a pedido da minha mãe. Soubera eu que aqueles minutos que perdi na fila dos embrulhos eram afinal momentos preciosos, os últimos em que ainda a vida habitava o corpo da minha mãe e teria ido a correr para casa. Soubera eu que durante o percurso para o Centro de Saúde era a derradeira viagem que a minha mãe fazia ainda com vida e ao invés de recolher exames e dar informações aos bombeiros e aos médicos na ânsia de que alguém a salvasse, teria apenas segurado a sua mão quando uma réstia de vida ainda lhe percorria as  veias. Mas, não, não podia adivinhar que se aproximava tal desfecho e quando finalmente tudo acabou procurei em vão no seu olhar um resto de vida que já não existia. Mas para mim ainda não era real. Era como se a minha mãe ainda me pudesse ver, me pudesse escutar, as suas mãos ainda quentes a aquecer as minhas que gelavam ao mesmo tempo que me gelava a alma e cada pedacinho mais ínfimo do meu ser perante tão atroz sofrimento. E, ali a segurar as suas mãos ainda quentes, desejei ter tido apenas um minuto, um minuto que fosse para lhe dizer o quanto gostava dela, o quanto lhe estava agradecida por tudo o que fez por mim e tudo o que representou para mim e para a minha vida. E, finalmente, para lhe pedir desculpa por todas as vezes em que lhe respondi mal, em que não a tratei como deveria ter tratado ou não lhe dei a atenção que merecia. Quem me dera ter tido apenas um minuto para dizer à minha mãe obrigada, desculpe e gosto tanto de si!