Mostrar mensagens com a etiqueta trabalho. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta trabalho. Mostrar todas as mensagens

26 de maio de 2011

Onde o trabalho me leva


Na semana passada o trabalho levou-me a Mértola, ao Festival Islâmico.

14 de outubro de 2009

(re)começo

Já era para ter aqui registado na semana passada o turbilhão de sentimentos que advieram de um inesperado telefonema. Era para ter escrito sobre a excitação perante a possibilidade de um (re)começo mas tive de actualizar o curriculum vitae, ler uma série de legislação e ir a uma entrevista. Era para ter testemunhado sobre o orgulho e realização por conseguir alcançar um objectivo mas fui dominada pelo medo da mudança, a preocupação e ansiedade perante a inevitável e eminente separação e fiquei a matutar nesta ambivalência. Por um lado a exaltação, o entusiasmo e contentamento, por outro lado a culpa, o remorso. Era para ter aqui assumido que me sentia impotente por ter de deixar a minha filha aos cuidados de outra pessoa que não eu (embora essa pessoa seja a minha mãe em quem tenho plena confiança e com quem a minha filha adora estar e é tão bem “tratada” como se estivesse comigo!) e sentir pela primeira vez na pele aquilo que já há muito sabemos no nosso íntimo sobre a condição de mãe: “(…) é como ter uma parte de nós para sempre fora do nosso corpo, a andar por aí, a dar os primeiros passos e depois correr e esfolar os joelhos.” (in Alma e os Mistérios da Vida, Luísa Castel-Branco) mas passei o fim-de-semana a arrumar, limpar, organizar, categorizar, enfim… Arrumei a gaveta da roupa interior, organizei o roupeiro trazendo de novo a roupa de Outono para os cabides e refundindo a de Verão nas prateleiras e gavetas mais recônditas, limpei a casa, planeei uma ementa semanal para a Bárbara e cozinhei mais de trinta sopinhas, fiz compras e arrumei a gaveta que a minha mãe destinou à Bárbara na sua cómoda, dispondo fraldas, toalhitas, roupa extra, produtos de higiene e até ben-uron’s numa tentativa (por vezes frustrada e outras vezes nem tanto assim) de experimentar uma ilusória sensação de controlo perante a situação inesperada que veio dar à minha vida uma reviravolta que eu esperava e planeava para daqui a mais algum tempo.
Era para já aqui ter passado esta semana para partilhar a serenidade com que iniciei o novo projecto numa época do ano que sabe a isso mesmo, a recomeços e que é de resto a minha preferida pelos sabores que traz consigo a frutos secos e chás e chocolates quentes, pelo cheiro a terra molhada, pela luminosidade e pela cor, que já não é o amarelo tórrido do estio que queima a planície, mas o laranja e o dourado das folhas a cair e do fogo a crepitar na lareira enquanto sabe bem aconchegarmo-nos no sofá e ler um livro ou ver uma comédia romântica enroscados sob uma mantinha a ouvir a chuva lá fora (embora este ano esta conversa não faça o menor sentido e o que me vale são mesmo as lojas cheias de roupa quente e as prateleiras dos hipermercados a transbordar de cadernos novinhos em folha e lápis e canetas e borrachas… (tanto que eu gosto de material escolar!!!) para me lembrar que, contrariamente ao que indicam os termómetros, o Verão já lá vai e estamos mesmo no Outono). Mas não passei porque tive de mimar a minha filha pela manhã antes de a deixar com a avó como se fosse emigrar para terras longínquas e brincar com ela à tarde e dar-lhe oportunidade de me brindar com todas as gracinhas, risos e puxões de cabelo que não teve ocasião de me dar durante o dia.
Mas aqui estou eu hoje, para partilhar todas estas experiências e sentimentos e para vos contar que na semana passada o tal telefonema era uma proposta para me candidatar a um emprego, que fui seleccionada após a tal entrevista e comecei a trabalhar na segunda-feira. E o resto é o que vocês já sabem!!!